Determinado ator de um certo “programa humorístico”, ao jurar de pés juntos que nunca mais pisará num teatro para atuar, lá pelas tantas, ao justificar em uma entrevista seu azedume em relação aos palcos, fez a seguinte afirmação:
“Aprendi o que já era óbvio. A grande média da população é burra. Ignorante. A grande maioria é hipócrita e católica. Não que isso seja um erro. No entanto, um desavanço.”
Qual é o problema, fulano, em ser católico? Será que “católico” é sinônimo de “hipócrita”?
Se ser católico fosse o mesmo que ser “burro”, quem foi então que fundou as universidades na Europa? Os bizantinos? Os mouros? Os judeus? Não! Os papas!
Quem se lançou na aventura marítima dos séculos XV e XVI foram os turcos? Os chineses? Não! Foram os católicos portugueses e espanhóis!
Ou que o inventor da imprensa (que tornou possível que milhares de pessoas possam ler suas asneiras) foi o católico Gutenberg?
Sabia que o incensado cientista Nicolau Copérnico era católico?
Já ouviu falar de Bartolomeu de Gusmão? Ou do Mendel dos estudos de Biologia?
E de um dos inventores do rádio, Roberto Landell de Moura?
Pois é, se ser católico fosse um “desavanço” (sic) e tivemos muito progresso científico, imagine se fosse um avanço!
Essa má vontade contra tudo que lembre o catolicismo já está virando uma patologia. Só fico imaginando se os católicos não tivessem domado os bárbaros e se não tivessem conseguido expulsar os mouros, como seria a nossa civilização ocidental?
Será que a América seria “descoberta”, ou as ciências e os (verdadeiros) direitos humanos existiriam?
Esse intelectualóide deve ser um baita de um mimadão que, sem conseguir agradar a todos com seu trabalho, resolveu destilar o seu veneno contra quem nada tem a ver com as suas frustrações com o mundo do teatro.