quinta-feira, 10 de março de 2011

O uso oportunista da História

Nos meus tempos de estudante, sempre aprendi que a Guerra do Paraguai foi tão somente o ataque exagerado do Império do Brasil contra o Paraguai de Solano López. Claro, com o ensino da História contaminado pela esquerdalha, qualquer vitória do Brasil sobre qualquer vizinho já tem o infame cheiro de “imperialismo”.

Recentemente, em Mato Grosso do Sul, ao escrever sobre o assassinato de um cacique por lá, um articulista da Adital já deu uma das possíveis causas do crime: o racismo:

“Quando a defesa dos réus procurava inocentar seus clientes dizendo que Marcos Veron não era índio, era um 'paraguaio', destilavam o mais fino requente de discriminação contra nossos vizinhos, contra os quais nosso país comandou um dos maiores genocídios do continente.

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=54460

Será que a Guerra do Paraguai foi mesmo a agressão de um imperadorzinho branquelo de olhos azuis contra uma próspera república auto-suficiente na bacia do Prata?

Vejamos:

“Já o falecido professor Alfredo Arraes Alencar, em interessante artigo, esclareceu:
'A causa remota da guerra (do Paraguai) foi e megalomania de Lopez. Foi o seu ambicioso intento de conquistar territórios, a fim de estender seu domínio até o estuário do (rio) Prata. Para isso preparou-se largamente, armando o exército, construindo navios e levantando inexpugnáveis fortificações.
Declarou López ao escritor espanhol Bermejo: Sou soldado e tenho de declarar guerra ao Brasil. Se deixei que meu pai firmasse a paz, foi porque eu queria a glória de mostrar às repúblicas vizinhas que basta o Paraguai para derrubar aquele colosso”.

http://caririag.blogspot.com/2008/08/guerra-do-paraguai-verdade-dos-fatos.html

Quanto à questão de racismo, no Paraguai existe preconceito contra brasileiros, seja no período 1864-1870 (anos da guerra), seja agora no início do século XXI:

“O uso de escravos no exército brasileiro afetou também a economia do Império, pois houve falta de mão-de-obra, além de ser motivo de deboche por parte dos paraguaios. O jornal paraguaio Cabichuí referia-se ao exército brasileiro como 'exército de macacos'”. (veja figura acima)

http://www.historiamilitar.com.br/Artigo5RBHM3.pdf

“Considerados, ao longo dos anos, como a mais importante força produtiva do campo no Paraguai, sobretudo, com a monocultura da soja na região fronteiriça com o nosso país, o grande número de imigrantes brasileiros formou um verdadeiro "espaço brasiguaio" na porção leste do Paraguai.

No entanto, muitos emigrantes brasileiros estão retornando ao Brasil, expulsos das terras por policiais, milicianos, camponeses e, sobretudo, pelos campesinos (os sem-terra paraguaios).”

http://marlivieira.blogspot.com/2010/07/conflito-no-campo-entre-campesinos-e.html

Usar a morte de um índio para atacar a memória do país, que precisou se valer da força para reagir a uma agressão, além de ser desonesto é também ingrato, tendo em vista que muitos brasileiros perderam a vida nesse terrível conflito, defendendo a Pátria contra a agressão externa, representada pela pessoa de dón Francisco Solano López, que queria nos ROUBAR parte do nosso território!

Fonte da imagem:

http://people.ufpr.br/~lgeraldo/brasil2imagensD.html

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