Um conhecido bispo de uma cidade do interior de São Paulo, ao fazer louvores aos cinqüenta anos do “super-ultra-hiper-mega” Vaticano II (e de uma conseqüência direta desse infeliz concílio, que foram as “benditas” Campanhas da Fraternidade), lá pelas tantas diz o seguinte:
“Não menos insistente era a urgência da Igreja se inserir na realidade, levando sua presença de serviço fraterno e de estímulo para a participação dos leigos na vida social e política. A Campanha assumia esta preocupação, escolhendo temas de interesse da sociedade, e estimulando a reflexão e a participação organizada”.
Ué, mas do começo da Igreja até a metade dos anos 60 Ela nunca se inseriu na realidade?
Se tem uma coisa com a qual eu não me conformo é com esse discurso de que a Igreja Católica só passou a ver a realidade dos pobres e excluídos depois do Vaticano II.
Que organização combateu a escravidão de índios e negros?
Quem criou os hospitais para as vítimas da peste na Europa?
Quem foi que criou as primeiras organizações caritativas?
Quem foram os primeiros professores aqui no Brasil? Foram os jesuítas, nos tempos da Contra-Reforma!
Quem foi que tirou os índios da ignorância, resgatando seus valores mais humanos, trazendo-os à luz do Evangelho? Os comunas de sacristia do CIMI? Não! Foram os jesuítas!
Não acho condenável o clero participar de ações políticas em vista de um bem-estar social e econômico (afinal estamos todos inseridos na sociedade), mas é vergonhoso vê-lo mais preocupado com o boto cor-de-rosa ou o miquinho dourado, em vez de pregar a palavra, ainda mais nestes tempos da Quaresma.
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