sábado, 1 de agosto de 2009

Fede pedantismo

Depois do Vaticano II, em meio à grande confusão doutrinal originada com ele, um interessante fruto pós-conciliar é o chamado sedevacantismo, que nada mais é do que uma doutrina que afirma que, ao morrer Pio XII, a sé de Roma está vacante.
Traduzindo: os papas de João XXIII até o atual, Bento XVI, são antipapas, são ilegítimos, a Igreja está sem comando.
Os sedevacantistas, geralmente bem estudados, são pessoas inteligentes que gostam de exibir muitos textos escritos por teólogos e santos para defender esta teoria no mínimo estranha.
Todavia, há que se ressaltar que incorrem em grave contradição, já que Cristo prometeu a Pedro que nunca abandonaria a Santa Igreja e nem que as portas do inferno prevalecerão sobre ela.
E outra: acabam contradizendo até o Espírito Santo, quando afirmam que as escolhas dos papas de 1958 até hoje foram ilegítimas.
Eu, na minha ignorância completa sobre o tema, posso correr o risco de escrever alguma besteira, já que sedevacantismo e astronomia são para mim a mesma coisa - algo que não sei completamente nada. Porém, certos adeptos do movimento gostam mesmo é de se exibir, querem ter mais poder sobre o papa do que o Divino Espírito Santo.
Alguns são pedantes, usam de uma chata e aborrecida verborréia digna de CNBB.
Para ofender, usam sempre o termo MODERNISTA.
Se depois de 1958 não tivemos papas da grandeza de um São Pio X, Pio XI ou um Pio XII - leia-se João XXIII e Paulo VI - jamais poderíamos ser injustos com João Paulo II (vá lá, ele foi um grande entusiasta do ecumenismo irenista, mas não era perfeito) que sempre defendeu a vida, e com Bento XVI, que mesmo com forte inspiração modernista, tem dado mostras de que está querendo reconduzir a Igreja no devido lugar da qual Ela jamais deveria ter saído.
Só sei que esse conhecimento e estudo dos sedevacantistas fede pedantismo. Creio que eles (não todos, obviamente) deveriam ser um pouco mais humildes e reconhecer que, se Pedro negou Cristo por três vezes e foi perdoado, porque nós, meros leigos, não deveríamos fazer o mesmo com os papas pós-conciliares?

6 comentários:

Anônimo disse...

Estive a ler agora uma homilia do Papa em que cita Teilhard... Até fico doente quando leio estas coisas. Antes, era impensável que um Papa citasse um completo apóstata da fé. Se fosse o Fábio de Melo, chamavamos-lhe logo herege.

Eu amo este Papa, mas fico desolada com certas coisas. Até fico doente. Quo vadis?

É terrível esta crise pós-conciliar. Deus nos ajude. O Papa, ao citar Teilhard, falou numa liturgia cósmica.... enfim, um monte de disparates, advindos do apóstata Teilhard, um ímpio jesuíta.

Rezemos pelo Santo Padre por quem tenho muito respeito. Mas não podemos fingir que não vemos...

Evandro Monteiro disse...

Teresa, para um ignorante no assunto como eu, um papa de GRANDE formação modernista como é Bento XVI, não citar Chardin seria até uma surpresa.
Para ser sincero, eu não me espanto tanto com isso. Me entristeço como você, todavia deve ser difícil demais, para um teólogo altamente capacitado como Ratzinger, largar certas nódoas modernistas.
É bem como você diz: se fosse o meloso, já o chamaríamos de herege...

Anônimo disse...

Espera ai, fabio n é herege é só pq citou o Teilhard, vamos e convenhamos, tá assim ó de Católicos acima de suspeitas com frases de Nietzsche no orkut.

liturgia cosmica é de lascar, mas ou a gente assume que ele foi eleito pelo Espírito Santo ou vira sede.

quero ler a homilia, manda link Magadalia.

Anônimo disse...

muito bom o texto Evandro!

Theophilus disse...

Vade retro Nietzsche!
Contaminei-me com seu pensamento na minha adolescência...
Hoje sei que era muita revolta boba de jovem e muito orgulho besta.
Demorou para retirar esse veneno! Mas consegui com a graça de Deus.

Evandro Monteiro disse...

Ana Maria: muito obrigado!

Theophilus: o que me enche de admiração, é que alguém que chegou a dizer que Deus estava morto, e no final da vida acabou louco de pedra, até hoje seja levado a sério...