terça-feira, 24 de agosto de 2010

O bizarro, o inacreditável!

O bizarro, o inacreditável!
Eleições obrigatórias só podiam dar em m...!
Depois que Clodovil (já falecido) e Frank “cãozinho dos teclados” Aguiar entraram na disputa por uma vaguinha na Câmara Federal e venceram, em 2006, agora em 2010 as eleições em São Paulo estão recheadas de “sub-celebrities”:
Tem ex-futebolista, ex-artista, ex-cantor, mulher-fruta, traveco, enfim, tem candidatos para todos os gostos.
Mas um caso que vem chamando a atenção é a candidatura de um famoso palhaço televisivo.
Abaixo está a entrevista com o dito cujo. Meus comentários estão em amarelo.

24/08/2010 - 03h00
'Não é piada, é a realidade', diz Tiririca sobre slogan de campanha
FERNANDO GALLO
DE SÃO PAULO
Francisco Everaldo Oliveira Silva, o palhaço Tiririca, 45, provoca risos e indignação desde que a campanha eleitoral começou na TV.
Com o slogan "Vote Tiririca, pior que tá, não fica"
(“É, realmente ninguém sabe onde é o fundo do poço”), ele vai às urnas para tentar uma vaga como deputado federal pelo Estado de São Paulo (“Poderia ser mais honesto e tentar pelo Ceará.”).
É a grande aposta do PR no pleito (“Quem terá sido o ‘crânio’?”), tanto que ganhou a legenda de mais fácil memorização: 2222.

Folha - Por que você decidiu se candidatar?
Tiririca - Eu recebi o convite há um ano
(“Quem terá sido o ‘crânio’?”). Conversei com minha mãe, ela me aconselhou a entrar porque daria pra ajudar as pessoas mais necessitadas. Eu tô entrando de cabeça.
De quem veio o convite?
Do PR.
Como foi?
Por eu ser um cara popular, eles acreditaram muito, como eu também acredito, que tá certo, eu vou ser eleito
(“Pela honra dos cearenses de bem que vivem em São Paulo, que esse aí não seja eleito!”).
Sabe o que o PR propõe, como se situa na política?
Cara, com sinceridade, ainda não me liguei nisso aí, não
(“Como é que a criatura entra num partido se nem ao menos sabe quais são as bandeiras da agremiação?”). O meu foco é nessa coisa da candidatura, e de correr atrás (“Atrás do que, criatura????”). E caso vindo a ser eleito, aí a gente vai ver (“Eu não quero nem ver!”).
Quais são as suas principais propostas?
Como eu sou cara que vem de baixo, e graças a Deus consegui espaço, eu tô trabalhando pelos nordestinos
(“Depois quando paulista fica com preconceito com nordestino, ninguém sabe o porquê.”), pelas crianças e pelos desfavorecidos.
Mas tem algum projeto concreto que você queira levar para a Câmara?
De cabeça, assim, não dá pra falar
(“Se esse estropício não sabe o que o partido defende, que dirá ter alguma idéia para lançar no Congresso...”). Mas como tem uma equipe trabalhando por trás, a gente tem os projetos que tão elaborados, tá tudo beleza. Eu quero ajudar muito o lance dos nordestinos (“Só se for lance de impedimento!”).
O que você poderia fazer pelos nordestinos?
Acabar com a discriminação, que é muito grande
(“Discriminação não se acaba numa ‘canetada’, num projeto de lei. Discriminação racial tem a ver com falta de educação e senso do ridículo. Eu digo isso porque mesmo sendo paulista, sou filho de cearenses e já cheguei a passar por essa situação.”) Eu sei que o lance da constituição civil (“Será que o lance da ‘constituição militar’ ele ao menos tá por dentro?”), lei trabalhista... A gente tem uma porrada de coisa que... de cabeça assim é complicado pra te falar (“Se ao menos souber que 2 + 2 são 4, tá beleza”). Mas tá tudo no papel, e tá beleza. Tenho certeza de que vai dar certo.
Quem financia a sua campanha?
Então... o partido entrou com essa ajuda aí... e eu achei legal
(“Será a TV Recópia?”).
Você tem ideia de quanto custa a campanha?
Cara, não tá sendo barata.
Mas você não tem ideia?
Não tenho ideia, não
(“Pergunto mais uma vez: como o infeliz entra numa ‘parada’ e não sabe como é o ‘lance’ dela?”).
Na propaganda eleitoral você diz que não sabe o que faz um deputado. É verdade ou é piada?
Como é o Tiririca, é uma piada, né, cara? 'Também não sei, mas vote em mim que eu vou dizer'. Tipo assim
(“Como professor de Português, tenho horror a esses vícios de linguagem”). Eu fiz mais na piada, mais no coisa (“E assim todo mundo fica ‘coisado’”)... porque é esse lance mesmo do Tiririca (“Repito: voto obrigatório sempre dá essa m... toda!”).
Mas o Francisco sabe o que faz um deputado?
Com certeza, bicho. Entrei nessa, estudei para esse lance, conversei muito com a minha mãe
(“E a senhora mãe dele foi ao menos vereadora lá em Itapipoca?”). Eu sei que elabora as leis e faz vários projetos acontecer, né?
O que você conhece sobre a atividade de deputado?

Pra te falar a verdade, não conheço nada. Mas tando lá vou passar a conhecer (“Ainda bem que, ao menos, é candidato a deputado, não a médico...”).
Até agora você não sabe nada sobre a Câmara?
Não, nada
(“Deve ao menos saber quanto é o salário lá, não é possível que não saiba disso...”).
Quem são os seus assessores?
Nós estamos com, com, com.... a Daniele.... Daniela
(“Pô! O cara é candidato e nem sabe direito o nome da assessora?”) . Ela faz parte da assessoria, junto com.... Maionese, né? Carla... É uma equipe grande pra caramba.
Mas quem te assessora na parte legislativa?
É pessoal do Manieri (“O Maurício, o cantor?”).
Quem é o Manieri?
É... A, a, a.... a Dani é que pode te explicar direitinho. Ela que trabalha com ele. Pode te explicar o que é
(“Essa assessora do Tiririca é quem deveria ter se candidatado, não ele.”).
Por que seu slogan é ‘pior que tá, não fica’?
Eu acho que pior que tá, não vai ficar. Não tem condições. Vamos ver se, com os artistas entrando, vai dar uma mudança
(“Se depender da classe ‘artística’ do ‘nóço’ Brasil varonil, o país ta f...”). Se Deus quiser, pra melhor (“Melhor pra quem, cara pálida?”).
Esse slogan é um deboche, uma piada?
Não. É a realidade. Pior do que tá não fica
(“Será?”).
Você pretende se vestir de Tiririca na Câmara?
Não, de maneira alguma.
Quem é o seu espelho na política?
Pra te falar a verdade, não tenho
(“Seria de se admirar se alguém que diz não saber patavina nenhuma de política, ter algum político como exemplo...”). Respeito muito o Lula pelo que ele fez pelo nosso país. Ele pegou o país arrasado e melhorou pra caramba (“Viva o ‘Nóço Líder’!”).
Fora ele...
Quem ele indicar, eu acredito muito
(“Então se o ‘Grande Timoneiro’ indicar que o Tiririca deve pular da ponte, ele pula?”). Vai continuar o trabalho que ele deixou aí.
Então você vota na Dilma.
Com certeza. A gente vai apoiar a Dilma. Ele tá apoiando e a gente vai nessa
(“Se o cacique-mor do nosso Brasil apoiar o capeta, o palhaço também apóia?”).
Não teme ser tratado com deboche?
Não, cara. Não temo nada disso. Tô entrando de cabeça, de coração. Tô querendo fazer alguma coisa. Mesmo porque eu sou bem resolvido na minha profissão. Tenho um contrato de quatro anos com a Record. Tenho minha vida feita, graças a Deus. Tem gente que aceita, mas a rejeição é muito pouca.
Se for eleito, vai continuar na TV?
Com certeza, é o meu trabalho. Vou conciliar os dois empregos.
Em quem votou para deputado na última eleição?
Pra te falar a verdade, eu nunca votei. Sempre justifiquei meu voto
(“Você que é de São Paulo, faça como o Tiririca: justifique seu voto, deixe de votar!”).

O que dizer disso? Nada! Senão escapa um palavrão bem cabeludo.
E também não adianta
querer impugnar a candidatura do Tiririca, pois se a classe política se desse ao respeito, aberrações como essa jamais aconteceriam.
E outra: ainda vivemos num país democrático ou não? Se o dito cujo tem o direito de se candidatar, cabe à população evitar ou não que o Congresso continue sendo o grande circo que sempre foi.
Resumindo: realmente, a piada perdeu a graça faz muito tempo...

Disponível em:
http://www1.folha.uol.com.br/poder/787678-nao-e-piada-e-a-realidade-diz-tiririca-sobre-slogan-de-campanha.shtml

2 comentários:

Anônimo disse...

No lugar do clodovil, ficou o Paes Lira, defensor da vida e da familia.

Evandro Monteiro disse...

Ana, se eu ainda vivesse em São Paulo, o Paes Lira teria o meu voto.