Apesar da inegável formação modernista do então cardeal Joseph Ratzinger, o agora papa Bento XVI vai deixando muita gente chateada. Após a publicação do motu proprio Summorum Pontificum, que permite a realização da nunca ab-rogada Missa Tridentina (“É lícito para sacerdotes em sagradas ordens usar o Breviário Romano promulgado pelo Beato João XXIII em 1962”), houve a revogação das excomunhões efetuadas contra D. Lefebvre e os bispos consagrados por ele.
Ao ser perguntado* se o papa “vive verdadeiramente no mundo moderno” e se ele “entende os fiéis”, o ultraprogressista teólogo alemão Hans Küng responde:
“O Pontífice vive no seu mundo. Ele se afastou dos homens e, além de grandes procissões e pomposas cerimônias, não enxerga mais os problemas dos fiéis. Por exemplo, a moral sexual, a cura pessoal das almas, a contracepção. A Igreja está em crise. Espero que ele reconheça isso. Serei feliz se der passos de reconciliação também na direção dos ambientes dos fiéis progressistas, Mas Bento não está vendo que está alienando a si mesmo de grande parte da Igreja católica e da cristandade. Não vê o mundo real. Somente vê o mundo vaticano.”
Se o próprio Cristo foi incompreendido quando esteve por aqui, imagine o papa! O Santo Padre é um homem preocupado com os problemas do mundo sim, não é alguém alheio à dura realidade: será que, na hora em que fala do papel do homem e da mulher na sociedade, numa cultura a favor da difusão do homossexualismo, Bento XVI vê questões meramente “vaticanas”?
O papa não está aí para agradar a todos, e seria muito estranho mesmo se todos o elogiassem. Apesar de muitos católicos da chamada ala tradicionalista terem um pé atrás com ele, creio que este pontificado, ainda que hesitante, veio para reparar certos danos causados pela hermenêutica do Vaticano II, ainda que trabalhe, muitas vezes, mais pela diplomacia do que pela evangelização.
*Entrevista completa disponível no sítio da Associação Montfort.
Um comentário:
Temos que rezar muito, muito pelo Papa!
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