sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Como é fácil enganar os outros!

Já dizia São Paulo a São Timóteo:

“Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas.” (II Timóteo 4, 3s)

Como é fácil enganar as pessoas, ainda mais aquelas que fazem parte de um nível social mais elevado, contrariando a idéia de que somente os mais pobres são mais fáceis de iludir.

Lembrei-me de um falastrão que enganou muita gente já faz alguns anos, como podemos ler nesta reportagem da Revista Óia, digo, Veja, publicada em 10 de agosto de 2000. Meus comentários estão em amarelo:

A incrível história do falso monge que enganou meio mundo

Luiz Rila

Ele se apresenta como Omar Khayam e se veste como um monge. Tem 99 anos, [Bom, tá certo que o tiozinho tava meio acabado, mas daí a dizer que tinha 99 anos, vai uma enorme diferença!] redigiu 107 teses de doutorado, domina 33 idiomas e 72 dialetos. Cura doenças como aids, câncer e mal de Alzheimer com uma terapia à base de ervas e reforçada pelo poder da mente.

O currículo do mestre abriu-lhe as portas da mídia. Ele deu duas entrevistas ao programa de Jô Soares [Vejam que não é qualquer um que vai a esse programa. Até o finado Pe. Léo já foi pra lá!], na Rede Globo, e outra à revista IstoÉ. Embalado pela notoriedade, Omar Khayam faria na noite de quarta-feira uma palestra no auditório do Parlamento Latino-Americano, em São Paulo, com ingressos a 125 reais [Se uma palestra feita agora em 2011 cuja entrada custasse R$ 125,00 já é cara, que dirá em 2000, quando o salário mínimo valia R$ 151,00! Se minhas contas não estão erradas, se tal ingresso tivesse o valor proporcional ao salário mínimo de 2010 (510 reais) ele custaria R$ 422,19!].

Tudo ia bem até que se descobriu: Omar Khayam é, na verdade, Alexandre Selva, velho vigarista conhecido da polícia. Uma reportagem publicada pelo Jornal da Tarde no domingo revelou que o picareta já tinha sido preso, no Rio de Janeiro e no Recife, por golpes variados, entre eles a prática ilegal da medicina. [Destaque meu.]

A palestra no Parlatino foi cancelada. Jô Soares tratou de levar a seu programa o delegado aposentado Jorge Passo de Souza, do Recife, que falou do passado irregular do charlatão [Claro, ficou feio demais pro Jô, que gosta de mostrar sua "inteligência"! Ser enganado por um golpista mancha a carreira de qualquer artista, ainda mais alguém que tem a fama de pedante! Eu vi esse programa, e me lembro que o "Gordo" estava fascinado com tamanha sapiência do dito cujo!].

A carreira de Alexandre Selva, de acordo com o Jornal da Tarde, começou na década de 70 em Pitimbu, lugarejo do interior da Paraíba. Lá, ele exercia a atividade de curandeiro e aceitava galinhas e porcos como pagamento pelas consultas.

Seu ressurgimento como Omar Khayam foi mais confortável e lucrativo. Durante sua última passagem por São Paulo, para a segunda entrevista a Jô Soares, o golpista ficou hospedado num hotel cinco estrelas.

No saguão, formou-se uma fila de clientes em busca de orientação espiritual e cura para problemas de saúde, entre eles os cantores Ronnie Von [Esse aí deve ter esperado por muito tempo, sentado no banco da praça mais próxima!] e Baby do Brasil [Se não me engano, em 2000 essa aí já era “crente”...] e o ator Gerson Brenner. A espera chegava a três horas.

Revelada a mentira, Alexandre Selva realizou uma proeza digna de Omar Khayam: sumiu do mapa.


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Fonte da imagem:

http://www.silenzio.blogger.com.br/omar1.jpg

Fonte dos valores do salário mínimo:

http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/salario_minimo.htm

Um comentário:

Renato disse...

É!, mas incrível mesmo que eu considero esse senhor Jô Soares mais charlatão.

É imprecionante como esse senhor consegue enganar um país quase inteiro com o sua "inteligência".